Do natal, do pré-vestibular e outros cânceres da humanidade

Ah como são adoráveis as tardes tediosas de terça, principalmente se alguém tiver passado a manhã enclausurado em um pré-vestibular cheio de gente doida. A menina que senta-se ao meu lado fazia careta toda vez que alguém conseguia responder a uma dessas perguntas retóricas que ninguém nunca responde (ou não deveria responder) de algum professor se achando o mestre do discurso... Fiquei calado a aula inteira, bem que pensei em responder alguma cousa para ver ela com cara de raiva, qualquer cousa por que ela era uma anta mesmo e só abria a boca para falar bobagem, mas fiquei calado, tive medo de levar uma mordida, vai que ela não estava vacinada. O pior é que é gente assim que vive em função de tentar entrar em alguma faculdade e para isso faz questão de pisar em quem for ainda mais ridículo no caminho. Essa competitividade dos tempos modernos, não vou dizer que me faz ter vontade de vomitar por que não consigo vomitar e rir ao mesmo tempo. Saí daquele Hospício! Estava livre por mais um dia, para poder voltar para a casa e fazer sei-la-o-que de tedioso já que sou um dos únicos seres (desconsiderando os pré-vestibulandos que são matéria bruta) que ainda não está de férias. Voltando à parte da tarde tediosa de terça... Chego em casa e, como não há no meu estojo de química material suficiente para fazer uma bomba que coloque aquele cursinho pelos ares, contento-me em tentar ler alguma cousa enquanto deleto todos os cartões de natal (sem lê-los) da minha caixa de email, haviam três deles, minha média está caindo finalmente - acho que as pessoas estão percebendo que eu não as envio cartões de natal e não agradeço por nenhum deles - ainda atinjo o número de zero deles, oh utopia. Por que é que não mandam cartões de natal para as crianças da Somália aí, quem sabe, elas se sintam melhor com aquelas frases prontas ridículas do tipo "Feliz natal e um próspero ano novo", claro, por que não vão se dar ao trabalho de mandar um cartão para o natal e outro para o ano novo, já que é dificílimo elaborar essas frases prontas. Quem sabe o cartão também acompanhe um "felicidades para todos vocês que vivem na linha da miséria, afinal são graças a vocês que a máquina pode se dar ao luxo de sustentar todas as suas extravagâncias. Já mandamos até o homem à lua as custas dos diamantes do continente africano e da subnutrição e morte precoce das suas crianças ". Mandaram o homem para a lua, grande porcaria, foram lá e trouxeram um saco de pedras idiotas. Todavia poderiam colocar essas drogas de pedras no maldito saco do Papai-Noel para ver se aquelas renas ridículas (principalmente aquela do nariz neon brega) não aguentem o peso e caiam bem no meio da Somália para virarem refeição na ceia de natal das crianças. Assim, aquele gordo do Papai-Noel faz um regime forçado e se vê obrigado a mandar aquele bando de duendes imbecis (sim por que tem que ser muito otário para trabalhar de graça para sustentar a máquina) confeccionarem uma roupa menos brega para ele, por que não vai ter cinto que salve as roupas de um Papai-Noel anoréxico. A vida é assim, cada um querendo dar uma mordida maior no outro, seja o homem disputando uma corrida até a lua, as bárbies egoístas dos pré-vestibulares, as crianças famintas atacando as renas gordas ou o Papai-Noel em quem for idiota o suficiente para cair nessa. Vamos torcer para que as criancinhas levem a melhor dessa vez e EXPLODA-SE velho brega.
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