Do natal, do apocalipse e como encontrei uma rabeca no fim do mundo

Natal, um distrito no fim do mundo, casa de familiares, reunião de pessoas que raramente se vê e uma festa por se concretizar... Isso não pode acabar bem ( e eu duvido que acabou, devem ter bêbados lá até agora, mas causa um efeito dramático), principalmente quando você fica sabendo de última hora que há um bar geminado à casa e isso em dias de festa é um problema maior que o normal.
Não há muito o que dizer da festa, correria, bagunça, gente estranha, discussões entre parentes (sim, por que essa história de amor ao próximo e fraternidade natalina é pura conversa fiada, as pessoas até fingem que são boazinhas e tentam controlarem-se. Não funciona). O que foi realmente interessante foi o fato de ter encontrado um senhor, dono da casa por sinal, que havia adquirido uma rabeca em péssimo estado, falatavam-lhe duas cordas, um cavalete e uma cravelha, além do fato que sua aparência estava péssima e não havia arco. Todavia, o que mais me chamara a atenção fora o fato daquela rabeca ser feita de lata! Duvidei da sua capacidade de produzir algum som, ainda duvido e não houve meios de tirar a prova, não havia arco (por favor, sem piadinhas ridículas e ultrapassadas sobre a "vara" da rabeca)... Para um violinista foi uma experiência que compessou por um lado minha total indiferença ao natal, por um outro lado, vê-la sendo usada de enfeite para uma parede de bar não foi nada agradável. Se algum dia retornar àquele lugar vou tentar restaurá-la, para qualquer violinista é instigante ver uma rabeca de lata e tenho de confirmar se isso funciona.

Devem a esse momento estarem se perguntando "não somos violinistas, não estamos interessados em uma rabeca idiota, principalmente uma feita de lata igual ao cérebro do inútil que está escrevendo isso; e nós com isso?" sei lá, o que é que vieram fazer aqui? Eu não convidei... E não me interrompam de novo...

Continuando...

Havia também um outro senhor bastante cômico que estava pela manhã de sábado a diletar sobre o apocalipse em uma versão rural que seria uma ótima para um antropólogo desocupado estudar. Em seu discurso continham frases para qualquer atoa rir como "quando o divino baixar aqui ele vai olhar e dizer: 'arrocha negrada, chegou o dia' " e "vai voar pedaço de carro no peito de um, antena de televizão no pescoço de outro, e eu que sou de sorte vou estar trabalhando na enxada quando cair um poste na minha cabeça"... Deu para ver que meu natal foi uma fossa.

A vida continua e eu sobrevivi a mais um Natal, estou ficando bom nisso, mas a idade vem chegando e é bom não facilitar... Preciso conseguir um modo de acabar com o natal antes que o outro ano chegue.

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